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Morte, carta do tarot


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XIII. A Morte (ou Arcano sem Nome) O Arcano das Transmutações e da Vida Eterna

Esta carta, comumente designada como “Morte”, não tem nome algum inscrito no tarô de Marselha ou em suas suas variantes mais próximas.

Um esqueleto revestido por uma espécie de pele tem uma foice nas mãos. Do chão negro brotam plantas azuis e amarelas, e diversos restos humanos. O fundo não está colorido.

No primeiro plano, à esquerda, uma cabeça de mulher; à direita, uma cabeça de homem com uma coroa.

Um pé e uma mão aparecem também no chão; outras duas mãos – uma mostrando a palma e outra as costas – brotam atrás, ultrapassando a linha do horizonte.

O esqueleto está representado de perfil e parece dirigir-se para a direita. Maneja a foice, sobre a qual apóia as duas mãos. Em algumas variantes, seu pé direito não está visível.

Para o iniciante, mostra-se como a carta mais temível, mas os estudos simbólicos ajudam a entender um outro sentido no plano da evolução humana.

Significados simbólicos

Grandes transmutações e novos espaços de realização.

Dominação e força. Renascimento, criação e destruição.

Fatalidade irredutível. Fim necessário. Interpretações usuais na cartomancia

Fim de uma fase. Abandono de velhos hábitos.

Profundidade, penetração intelectual, pensar metafísico. Discernimento severo, sabedoria drástica. Resignação, estoicismo, dom para enfrentar situações difíceis. Indiferença, desapego, desilusão.

Mental: Renovação de idéias, total ou parcial, porque algo vai intervir e tudo transformar; como um fenômeno catalisador ou um corpo novo que modifica totalmente a ação do corpo atual.

Emocional: Afastamento, dispersão. Destruição de um sentimento, de uma esperança.

Físico: Morte, perdas, imobilidade. Completa transformação nos negócios ou atividades.

Sentido negativo: Do ponto de vista da saúde, estagnação de enfermidade ou processo. A morte poderá ser evitada, mas em troca de uma lesão incurável. Segundo sua posição, pode significar a morte, em seus múltiplos matizes, mas também maus acontecimentos, más notícias.

Prazo fatal. Xeque-mate inevitável, mas não provocado pela vítima.

Ânimo baixo, pessimismo, perda de coragem. Interrupção de um processo para começar de modo diametralmente oposto.

História e iconografia

É provável que a alegoria da morte representada como um esqueleto com a foice, seja original do Tarô; se isto for verdade, trata-se de uma das contribuições fundamentais feitas pelas cartas à iconografia contemporânea, considerando a ampla popularidade desta metáfora macabra.

Van Rijneberk divide o estudo deste arcano em três aspectos: o número treze, o esqueleto, a foice. Como emissário de uma premonição sombria, o treze tem seu antecedente cristão nos comensais da Última Ceia, de onde a tradição extraiu um conto bastante popular da Idade Média: quando treze pessoas se sentam à mesa, uma delas morrerá em breve.



Esta superstição seria herdeira de outras versões mais antigas: Diodoro da Sicília, contemporâneo do imperador Augusto, explica desse modo a morte de Filipe da Macedônia, cuja estátua havia sido colocada junto as dos 12 deuses principais, dias antes de ser assassinado.

Simbolicamente, o 13 é a unidade superadora do dodecadenário, ou seja, a morte necessária de um ciclo completo, que implica também – ainda que este aspecto tenha sido esquecido na transmissão popular – a idéia conseqüente de renascimento.

Na arte cristã primitiva não há traços deste simbolismo durante os primeiros séculos, o que não parece estranho se considerarmos as idéias centrais dos catecúmenos: a morte entendida como pórtico de uma vida melhor, a confiança na

proximidade do Juízo Final (e a conseqüente ressurreição da carne); a absoluta falta de medo frente a um estado transitório. O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte, disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não antes do séc. XV.

As pestes, no final do séc. XIV, evocam a morte inelutável. Reis ou vassalos, todos são afetados.

O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte, disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não antes do séc. XV.

O tema das composições desse período mostra-se idêntico em todos os lugares: o esqueleto se apodera (o matiz está apenas no grau de violência ou gentileza) de criaturas humanas de ambos os sexos, de qualquer idade e condição.

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Outro elemento que as Danças da morte têm em comum é que todas são posteriores ao Tarô, de cuja popularidade puderam extrair o encanto de suas imagens.

Nestas danças, no entanto, não há esqueletos com foices, mas sim com diversos objetos (uma espada, um arado, um par de tesouras, um arco e flechas) que se referem em geral ao ofício da pessoa que será levada pela morte.

Em Joel (4,13), Mateus (13,39), Marcos (4,29) e no Apocalipse (14,14-20) podem ser encontradas metáforas bíblicas em que se fala da foice como instrumento de justiça empunhado por Jeová, pelo Filho do Homem e, mais tarde, pelos anjos: como derivação deste princípio moral.

Os esotéricos não vêem a morte como falha ou imperfeição: as formas se dissolvem, variam de aparência quando se tornam incapazes de servir ao seu destino. Desse modo, entre o Imperador e a Morte (primeiros termos do segundo e do quinto ternário, respectivamente), há apenas uma diferença de matizes: ao esplendor máximo do poder e da matéria sucede sua extinção, que é uma conseqüência lógica e também uma necessidade. Como parábola do processo iniciático em oposição à vida corrente, é talvez o arcano mais explícito: “O profano deve morrer – lembra Wirth – para que renasça a vida superior que a Iniciação concede”.

A morte guarda relações simbólicas com a terra, com os quatro elementos, e com a gama de cores que vai do negro ao verde, passando pelos matizes terrosos. Também é associada ao esterco, menos pelo que este tem de desagradável do que pelo processo de transmutação material que representa.

chevalier & Gheerbrant



O simbolismo geral da morte aparece também no décimo terceiro arcano maior do Tarô, que não tem nome, como se o seu número tivesse um sentido suficiente por si mesmo, ou como se os autores desta carta tivessem medo de lhe dar nome. Com efeito, o número 13, cujo significado maléfico, constante na Idade Média cristã, aparece já na Antiguidade, simboliza o curso cíclico da actividade humana… a passagem a um outro estado e, por conseguinte, a morte.

A Morte ou A Ceifeira exprime a evolução importante, o luto, a transformação dos seres e das coisas, a mudança, a fatalidade inelutável e, segundo O. Wirth, a desilusão, o desprendimento, o estoicicismo, ou o desencorajamento e o pessimismo. Jean Vassel constata (em Études Traditionnelles, n.º 278, Setembro de 1949, p. 282) que A Morte constitui uma censura na série de imagens do Tarô, e que a seguir vêm os arcanos mais elevados, de forma que se pode fazer uma correspondiência entre os 12 primeiros e os pequenos mistérios, e entre os seguintes e os grandes mistérios, porque é manifesto que as cartas que vêm depois dela têm carácter mais celeste do que aquelas que a precedem. Tal como o Saltimbanco, a morte corresponde, na astrologia, à primeira casa do horóscopo.

O esqueleto armado com uma gadanha desenhado nesta carta é suficientemente eloquente para não haver necessidade de ser comentado. Todo cor de carne, e não ouro, com um pé enterrado, segura com a mão esquerda uma gadanha de cabo amarelo e lâmina vermelha, cor de fogo e de sangue. Será para nos advertir de que a morte de que se trata não é a primeira morte individual, mas sim a destuição que ameaça a nossa existência espiritual se a Iniciação não a salvar da aniquilação?

O solo é negro; plantas azuis e amarelas crescem nele; sob o pé do esqueleto, uma cabeça de mulher; ao lado da ponta da lâmina, uma cabeça de homem coroado; três mãos, um pé, dois ossos estão espalhados por ali. As cabeças conservam a sua expressão, como se ainda estivessem vivas. A da direita tem uma coroa real, símbolo da realeza da inteligência e da vontade a que ninguém abdica ao morrer. Os traços do rosto da esquerda nada perderam ainda do seu encanto feminino, porque as afeições não morrem e a alma ama no além-túmulo. As mãos que surgem da terra, prontas para a acção, anunciam que a Obra não será interrompida e os pés… oferecem-se para fazer avançar as ideias em marcha… nada cessa, tudo continua!

É que a Morte tem muitos significados. Libertadora das penas e preocupações, a morte não é um fim em si; ela abre o acesso ao reino do espírito, à vida verdadeira: mors janua vitae (a morte porta da Vida). No sentido esotérico, a morte simboliza a mudança profunda que o homem sofre devida à Iniciação.

O profano deve morrer para renascer para a vida superior conferida pela iniciação. Se não morrer para o seu estado de imperfeição, impede para si próprio todo o progresso iniciático. Da mesma forma, na alquimia, o sujeito que dará a matéria da pedra filosofal, encerrado num recipiente fechado e privado de qualquer contacto exterior, deve morrer e apodrecer. Assim, a décima terceira carta do Tarô simboliza a morte no seu sentido iniciático de renovação e de renascimento. Depois do Dependurado místico, totalmente oferecido e abandonado, que retomava as forças ao contacto com a Terra, a Morte recorda-nos que é preciso ir mais longe e que ela é a própria condição do progresso e da vida.

pjm



A Morte é o décimo terceiro Arcano Maior do Tarot, associada à letra hebraica Nun.

Simbologia

Esta carta, comumente designada como “Morte”, não tem nome algum inscrito no tarô de Marselha ou em suas suas variantes mais próximas.

Um esqueleto revestido por uma espécie de pele tem uma foice nas mãos. Do chão negro brotam plantas azuis e amarelas, e diversos restos humanos. O fundo não está colorido.

No primeiro plano, à esquerda, uma cabeça de mulher; à direita, uma cabeça de homem com uma coroa.

Um pé e uma mão aparecem também no chão; outras duas mãos – uma mostrando a palma e outra as costas – brotam atrás, ultrapassando a linha do horizonte.

O esqueleto está representado de perfil e parece dirigir-se para a direita. Maneja a foice, sobre a qual apóia as duas mãos. Em algumas variantes, seu pé direito não está visível.

Para o iniciante, mostra-se como a carta mais temível, mas os estudos simbólicos ajudam a entender um outro sentido no plano da evolução humana.

Palavras-chave

Grandes transmutações e novos espaços de realização. Dominação e força. Renascimento, criação e destruição. Fatalidade irredutível. Fim necessário. Fim de uma fase. Abandono de velhos hábitos. Profundidade, penetração intelectual, pensar metafísico. Discernimento severo, sabedoria drástica. Resignação, estoicismo, dom para enfrentar situações difíceis. Indiferença, desapego, desilusão.

Mental: Renovação de idéias, total ou parcial, porque algo vai intervir e tudo transformar; como um fenômeno catalisador ou um corpo novo que modifica totalmente a ação do corpo atual.

Emocional: Afastamento, dispersão. Destruição de um sentimento, de uma esperança.

Físico: Morte, perdas, imobilidade. Completa transformação nos negócios ou atividades.

Sentido negativo: Do ponto de vista da saúde, estagnação de enfermidade ou processo. A morte poderá ser evitada, mas em troca de uma lesão incurável. Segundo sua posição, pode significar a morte, em seus múltiplos matizes, mas também maus acontecimentos, más notícias. Prazo fatal. Xeque-mate inevitável, mas não provocado pela vítima. Ânimo baixo, pessimismo, perda de coragem. Interrupção de um processo para começar de modo diametralmente oposto.

História e iconografia


G. Doré. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/_HYP0LGVFXX43BGOLKNQB.jpg


E provável que a alegoria da morte representada como um esqueleto com a foice, seja original do Tarot; se isto for verdade, trata-se de uma das contribuições fundamentais feitas pelas cartas à iconografia contemporânea, considerando a ampla popularidade desta metáfora macabra.

Van Rijneberk divide o estudo deste arcano em três aspectos: o número treze, o esqueleto, a foice. Como emissário de uma premonição sombria, o treze tem seu antecedente cristão nos comensais da Última Ceia, de onde a tradição extraiu um conto bastante popular da Idade Média: quando treze pessoas se sentam à mesa, uma delas morrerá em breve.

Esta superstição seria herdeira de outras versões mais antigas: Diodoro da Sicília, contemporâneo do imperador Augusto, explica desse modo a morte de Filipe da Macedônia, cuja estátua havia sido colocada junto as dos 12 deuses principais, dias antes de ser assassinado.

Simbolicamente, o 13 é a unidade superadora do dodecadenário, ou seja, a morte necessária de um ciclo completo, que implica também – ainda que este aspecto tenha sido esquecido na transmissão popular – a idéia conseqüente de renascimento.

Na arte cristã primitiva não há traços deste simbolismo durante os primeiros séculos, o que não parece estranho se considerarmos as idéias centrais dos catecúmenos: a morte entendida como pórtico de uma vida melhor, a confiança na proximidade do Juízo Final (e a conseqüente ressurreição da carne); a absoluta falta de medo frente a um estado transitório.

O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte, disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não antes do séc. XV.

O tema das composições desse período mostra-se idêntico em todos os lugares: o esqueleto se apodera (o matiz está apenas no grau de violência ou gentileza) de criaturas humanas de ambos os sexos, de qualquer idade e condição.

Outro elemento que as Danças da morte têm em comum é que todas são posteriores ao Tarot, de cuja popularidade puderam extrair o encanto de suas imagens.

Nestas danças, no entanto, não há esqueletos com foices, mas sim com diversos objetos (uma espada, um arado, um par de tesouras, um arco e flechas) que se referem em geral ao ofício da pessoa que será levada pela morte.

Em Joel (4,13), Mateus (13,39), Marcos (4,29) e no Apocalipse (14,14-20) podem ser encontradas metáforas bíblicas em que se fala da foice como instrumento de justiça empunhado por Jeová, pelo Filho do Homem e, mais tarde, pelos anjos: como derivação deste princípio moral.

Os esotéricos não vêem a morte como falha ou imperfeição: as formas se dissolvem, variam de aparência quando se tornam incapazes de servir ao seu destino. Desse modo, entre o Imperador e a Morte (primeiros termos do segundo e do quinto ternário, respectivamente), há apenas uma diferença de matizes: ao esplendor máximo do poder e da matéria sucede sua extinção, que é uma conseqüência lógica e também uma necessidade. Como parábola do processo iniciático em oposição à vida corrente, é talvez o arcano mais explícito: “O profano deve morrer – lembra Oswald Wirth – para que renasça a vida superior que a Iniciação concede”.

A morte guarda relações simbólicas com a terra, com os quatro elementos, e com a gama de cores que vai do negro ao verde, passando pelos matizes terrosos. Também é associada ao esterco, menos pelo que este tem de desagradável do que pelo processo de transmutação material que representa.

Variações

Alguns tarots não possuem nome no Arcano XIII.

tcom



Death is not a final annihilation to be feared, but a necessary part of the cycle of existence: without death there would be no life. Thus, Death is not the last card but, with The Hanged Man, marks the transition from the first half of the pack to the second. The sacrifice of the ego, symbolized by The Hanged Man, frees us to cross the dark river Styx that divides the material from the spiritual world. The image of Death, a skeleton carrying a scythe which symbolizes the severance and liberation of the self from the body, also carries the number thirteen, forbidding in itself. But death is part of the initiation into the spiritual world. In all mystery religions and shamanic traditions, the initiate had to undergo a secret ceremony in which he or she "died" and journeyed across the dark river to whatever lay beyond. Death brings us face to face with this transforming experience.

Divinatory meaning: blessing in disguise, end of prevailing negative situation, profound inner changes. Reversed: inertia, lethargy, stagnation.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???